Viver é diferente de estar vivo
- Ailton Cunha
- 25 de mar.
- 2 min de leitura
O relógio marcava pouco mais de uma da tarde quando entrei no Uber em Porto de Galinhas, rumo a João Pessoa. O sol brilhava forte, e a estrada parecia se perder no horizonte, entre coqueirais e pequenas vilas litorâneas. A viagem seria longa—cerca de três horas—e o motorista, um homem falante e animado, logo tratou de preencher o silêncio com música.
O som que ecoava pelos alto-falantes era contagiante: um forró piseiro animado, daqueles que fazem qualquer um bater o pé no ritmo. Em meio aos versos da canção, uma frase se destacou e ficou ecoando na minha mente:
"Viver é diferente de estar vivo."
Curioso, perguntei ao motorista quem era o cantor. "É Natanzinho Lima, a nova febre do piseiro!", respondeu ele, orgulhoso. Continuei ouvindo, mas já não prestava tanta atenção na música—estava imerso na profundidade daquela frase.
Afinal, quantas pessoas passam pela vida apenas existindo? Respiram, trabalham, cumprem suas obrigações, mas sem realmente sentir que estão vivendo. Estar vivo é apenas uma condição biológica, mas viver... viver é uma escolha!
A estrada seguia, e os pensamentos fluíam junto com a paisagem que passava pela janela. Quantas vezes adiamos a felicidade esperando "o momento certo"? Guardamos sonhos na gaveta, protelamos viagens, deixamos de lado pequenos prazeres do dia a dia. Mas a verdade é que a vida não espera.
Viver é muito mais do que apenas cumprir tarefas e sobreviver à rotina. Viver é sentir a brisa no rosto sem pressa. É aproveitar um almoço sem se preocupar com as notificações do celular. É abraçar alguém demoradamente, sem medo do relógio.
Enquanto o carro seguia pela BR-101, observando o mar ao longe, percebi o quanto aquela viagem simbolizava o que Natanzinho dizia em sua música. Eu poderia ter ficado apenas em Porto de Galinhas, sem explorar novos destinos, sem sair da zona de conforto. Mas escolhi pegar a estrada, ver novas paisagens, conhecer novas pessoas.
E não é assim com a vida? Podemos escolher entre apenas existir ou realmente viver. Podemos seguir no automático, presos à rotina, ou podemos nos permitir novas experiências, ainda que pequenas.
Quando finalmente cheguei a João Pessoa e pisei na areia da praia para ver o sol se pôr, tive certeza de que viver é sobre isso. Sobre momentos que fazem o coração bater mais forte, sobre decisões que nos tiram do lugar comum, sobre a coragem de transformar cada dia em uma história que vale a pena contar.
E você? Tem vivido ou apenas existido? Se a resposta for a segunda opção, talvez seja hora de pegar a estrada da vida com um novo olhar. Porque, no fim das contas, estar vivo é um fato. Mas viver... viver é uma arte!
Por: Ailton Cunha.
Não ha nada de errado na forma como cada um vive suas vidas, desde que ele esteja de acordo com ela. Existem 8 bilhoes de pessoas no mundo cada um em busca da sua felicidade, a seu modo. Nao existe um modelo certo de vida...
Os dois momentos mais importantes na nossa vida é o nascimento e a morte, e entre esses dois estremos existe o que chamamos de vida... mas esse tempo nao existe ,portanto nascimento e morte estao ocorrendo simultaneamente... e o que chamamos de vida é pura ilusão.
Leia o livro "EU SOU VOCÊ... e o mundo é um espelho que nos reflete
Saiba mais em:
https://a.co/d/dTDdeMM